Você pode estar cansado de falas carregadas de “críticas da moda”: aquelas que todo mundo faz, como “a educação brasileira não tem qualidade”, ou “as faculdades particulares só querem lucrar”, entre tantas outras que certamente, muitos de nós poderíamos ajudar a listar. E por acreditar que estamos cansados de críticas não desenvolvidas, que não explicam pontos de vista, nem dão possíveis estratégias de superação, acredito ser necessário refletirmos sob uma perspectiva diferente.
Que tal começarmos pela pergunta: Qualidade e sustentabilidade podem caminhar juntas no Ensino Superior? Acredito que sim. Mas como? Queria muito que a resposta fosse tão simples, como o “sim”, da resposta anterior, mas não é. Porém, para trazer um alento imediato, podemos pensar no ditado popular que diz: “tudo que é bom dá trabalho”.
“Qualidade e sustentabilidade é algo que dá muito trabalho”.
Gosto de pensar que muitas vezes, ao invés de usarmos a palavra trabalho, trocamos pelo termo: difícil. Por exemplo, é mais fácil dizer “qualidade e sustentabilidade é algo muito difícil”. Isso tira de nós o peso de pensar em soluções reais e automaticamente prepara o campo para o fracasso!
Mas proponho aqui que como ponto de partida, você prefira a segunda frase: “Qualidade e sustentabilidade é algo que dá muito trabalho”. Com esta frase, passo a ter uma condição, para obter qualidade e sustentabilidade: muito trabalho.
Mas vou clarear um pouco mais as coisas. Para obter qualidade e sustentabilidade, é preciso contar com muito trabalho especializado. Sim, aqui não vou fazer rodeios. Assim como uma mãe que já teve 20 filhos sabe como “ler e entender a cada um dos seus rebentos”, do mesmo modo, aqueles que atuam no ensino superior há muito tempo em diferentes IES, aprendem e sabem ler e entender as particularidades de cada instituição, para melhor orientá-la para decisões e condutas mais assertivas, como é o caso das práticas comuns de uma consultoria acadêmica, por exemplo.
Eu queria poder te dizer que gerir uma IES é simples, como gerir qualquer coisa, ou ainda, que é difícil, como é gerir qualquer coisa; mas a verdade é que gerir uma IES, é muito diferente do que gerir qualquer coisa. Está me entendo?
Sim, é possível obter qualidade e sustentabilidade, mas para isso, é preciso reconhecer as próprias fraquezas e carências e buscar ajuda de especialistas destas áreas. Se antes da pandemia, já era necessário trabalhar muito para oferecer qualidade acadêmica, sem deixar de lado a sustentabilidade da IES, atualmente, posso afirmar: qualidade e sustentabilidade devem ser as principais metas dos gestores das IES que não querem falir, fechar, desaparecer.
Se sua IES está na corda bamba, quem sabe quanto tempo mais ela resistirá? Com o leilão de preços baixos que se tornou o mercado educacional, você se sente com “tempo” para continuar errando, e a situação piorando? Procure boas práticas, bons pares e acima de tudo boas fontes, para poder tomar decisões assertivas a fim de garantir a perpetuidade de sua IES.
Andressa Paiva Consultora da Hoper Educação
ATENÇÃO: Não é permitida a reprodução integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é permitida apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime (Lei 9610/98).
Comments