Uso da ferramenta será diferencial nas IES; automação da educação é uma tendência.
Os dilemas e desafios do uso da inteligência artificial nas Instituições de Ensino Superior -IES foi tema da conferência do vice-presidente de Educação da Techne e Diretor do Lyceum, o engenheiro Fábio Cespi, no primeiro módulo do Prodeese.
Na conferência Otimizações de processos regulatórios com o uso da inteligência artificial, Cespi trouxe importantes atualizações a respeito da ferramenta e de como as instituições podem otimizar inúmeros trabalhos do dia a dia com a IA – Inteligência Artificial.
A IA, conceituada enquanto sistemas que agem como humanos, pode ser utilizada em diversos setores das IES, a exemplo dos processos acadêmicos-administrativos e pedagógicos. “Quem sair na frente vai ganhar o mercado”, frisa. Para Cespi, o desafio das IES é criar produtos e serviços que usam a IA como diferencial.
Cespi diz que a tendência é de a educação ser baseada na automação, por isso a instituição que não estiver totalmente automatizada deve deixar de existir no futuro.
Para se ter uma ideia, no âmbito acadêmico é possível usar o recurso em diversas tarefas, tais como, empregabilidade, análise de sentimento em avaliações institucionais, automatização de processos administrativos, prevenção à evasão escolar e gestão de recursos.
A tecnologia também pode ser aplicada na automatização de atendimento e captação por chatbots, copilotos, gestão de documentação e preparação e emissão do diploma digital.
Uma interessante aplicação é a do copiloto, explica Cespi. Na conferência ele mencionou que se um professor propor a IA elaborar uma aula sobre Revolução Francesa, o copiloto faz.
Há também possibilidades de usar chatbot em vídeos de um professor avatar ministrando aula no Youtube, inclusive com possibilidades de interação com os alunos no caso de perguntas.
No âmbito pedagógico, a IA pode ser aplicada na gamificação, avaliação automatizada, feedback personalizado, apoio docente, detecção de plágio, desenvolvimento de conteúdo didático inteligente, elaboração de provas, proposição de tarefas, predição de resultado do desempenho e avaliação socioemocional.
A ferramenta também pode ser útil em atribuições relativas à regulação e secretaria tais como na legislação, registro acadêmico, processos, acervo, emissão de comprovantes, certificação, avaliação, atendimento e gestão.
Desafios da IA
Enquanto desafios da Inteligência Artificial, Cespi elenca questões éticas, de privacidade e problemas tecnológicos relacionados à desinformação, especialmente as chamadas deepfakes.
Quanto a esse tema, o engenheiro afirma que já se fala na criação da uma agência para os governos terem capacidade de regular a IA.
Outras barreiras que surgem são tecnológicas, de implementação e capacitação de colaboradores. A IA ainda precisa de inovação contínua e de muita responsabilidade no uso, frisa.
Cespi pontua ainda que a jornada da IA está apenas no começo e que o ChatGPT, uma das ferramentas mais conhecidas hoje em dia, ainda não tem inteligência ampla, semelhante a dos humanos.
Denise Paro
Jornalista
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