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Acertamos! Sim, acertamos e muito as tendências de resultados para o ENADE 2016 a partir dos insumos divulgados em junho deste ano e consolidados pela Hoper, divulgados via Bússola Educacional. Acabou a especulação, agora é real, os Conceitos ENADE foram divulgados e o momento é de estudar, comparar, compreender os movimentos e planejar o próximo certame destes cursos.
Mais uma vez, a HOPER sai na frente com os primeiros ensaios estatísticos, ratificando o paper divulgado quando dos insumos mas, mais que isto, trazendo informações importantes acerca deste ciclo avaliativo.
Nossa amostra de trabalho quando dos insumos, restringia a aproximadamente 110 cursos de 15 diferentes IES, representativas de todas as regiões do Brasil. Agora temos os resultados oficiais de cerca de 4.201 cursos avaliados em 2016 para efeito de estudos.
Iniciando pelas IES, chama muito a atenção o crescimento do volume de IES com cursos reprovados (Conceito 1 e 2). No ciclo 2013 foram 531 IES, já em 2016 alcançou-se o indicador de 572 IES com cursos reprovados, um aumento próximo a 8%. No entanto, o dado que realmente impressiona é o fato de que 354 IES que tiveram cursos reprovados em 2013 retornam em 2016, ou seja, mais de 60% deste total. Seguir na lista dos reprovados exige um [re]pensar de estratégias, afinal já são 6 anos. Por outro lado, temos 218 IES que “debutam” neste rol de IES com cursos reprovados. Um volume considerável!
De maneira geral, computando os resultados de todos os cursos, houve um ligeiro crescimento na Nota Geral (Formação Geral + Conhecimentos Específicos) muito mais próximo a média, uma vez que a tônica deste exame foram às discrepâncias (altas em alguns cursos e baixas em outros) previstas em nossa Bússola Educacional, “mão pesada para alguns cursos, mão mais leve para outros”, conforme demonstraremos a seguir.
Tivemos cursos que subiram e muito a régua e outros que caíram consideravelmente, observe nas tabelas abaixo.
O cálculo utilizou-se da Nota Bruta Geral, ou seja, nota construída conforme Nota Técnica para Conceito ENADE (FG - Formação Geral 0,25 + CE - Conhecimento Específico 0,75). Sem sombra de dúvida essa discrepância de altas maiores em cursos estratégicos como Medicina e Odontologia, assim com a queda vertiginosa de cursos clássicos como Enfermagem e Educação Física foram preponderantes para a “estabilidade” das médias gerais, consolidando todos os cursos. A amplitude das variações, tanto para cima quanto para baixo, é outro fato digno de registro, afinal, para os menos afeitos à metodologia ENADE, podem ter ficado com a falsa impressão de terem ido muito bem ou muito mal, vejamos alguns exemplos.
Medicina: Em 2013 a nota de corte para o Conceito 5 foi de 56,9031, já no exame de 2016 essa nota de corte não alcançava o Conceito 2 que teve como nota de corte: 57,3836. A falsa ilusão do Conceito 5 (que na verdade não passou de Conceito 1) pode ser desmistificada antecipadamente por quem acompanhou as estimativas Hoper. Por outro lado, vejamos um caso de amplitude negativa nos resultados.
Fisioterapia: Com uma nota 49,1364 o curso alcançaria em 2016 um Conceito 5, já em 2013 não passaria de um Conceito 3, dado ao fato de que as notas de cortes caíram em quase 20%.
Principal lição do ENADE 2016: Um resultado não pode ser comparado ao outro, afinal o ENADE não tem TRI (Teoria de Resposta ao Item) como o ENEM (Exame Nacional de Avaliação do Ensino Médio). Isto por si só, joga fora uma boa parte das estratégias de algumas IES para o ENADE, qual seja, aplicar provas anteriores do ENADE e comparar resultados. ENADE não é um evento, é um processo.
Outro dado que chamou muita atenção nos resultados diz respeito à diferença/amplitude de variação de conceitos dentro do mesmo curso, com destaque para variações maiores para conceitos menores (2 e 3) e variações menores para conceitos maiores (4 e 5). Acompanhem:
CONCLUSÃO
Curiosidades a parte, fica a lição de casa: São 1.178 cursos com Conceitos reprovados (1 e 2) mais 331 cursos com Conceito 3 mas somente 10% acima da nota de corte do Conceito 2. Ao todo, falamos de 1.509 cursos em risco direto para 2019 e temos aproximadamente 2 anos somente para investigar, trabalhar na solução dos gaps/lacunas apresentados.
Para que esperar se posso me antecipar e de modo assertivo ajustar meus processos a fim de que discrepâncias como estas não me peguem de surpresa?
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Adriano Coelho
Consultor da Hoper Educação
EXPEDIENTE:
Revisão: Márcio Schünemann e Maria Luiza Zarro – Diagramação e Gráfico: Mariana Andrade
ATENÇÃO: Não é permitida a reprodução integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é permitida apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime (Lei 9610/98).
