A Educação a Distância (EaD) é uma modalidade adequada a nova sociedade da era digital, ela oferece ao aluno uma oportunidade de aprendizagem diferenciada e inovadora, ao mesmo tempo que a flexibilidade nos horários permite ao aluno adequar seus compromissos com os estudos. A utilização dessas tecnologias em cursos presenciais, como parte do currículo em cursos de graduação reconhecidos, até o limite de 20% da carga horária total do curso (Portaria n.4059, 10/12/04), pode incrementar uma cultura acadêmica que tenha no uso de recursos tecnológicos avançados um instrumento útil para a melhoria na aprendizagem e a otimização da gestão universitária, abrindo novas possibilidades de ensino.
É possível observar alguns pontos que merecem atenção na elaboração de um projeto de implantação das disciplinas EaD:
Quais os profissionais mais adequados para o desenvolvimento do EaD? Qual a remuneração adequada desta equipe? Qual a carga horária de dedicação?
Quais são as estratégias necessárias para qualificação da equipe? Quanto deverá ser investido?
Como será a capacitação inicial dos alunos que cursarão as disciplinas EaD?
Qual o aporte inicial de investimento para implantar as disciplinas EaD? Qual a taxa de retorno do investimento realizado?
Quanto será gasto nos materiais didáticos? O que é necessário?
Como desenvolver a distribuição da carga horária equilibrando as atividades presenciais e a distância?
Qual o tamanho mínimo da turma em uma disciplina EaD ou o ponto de equilíbrio do projeto?
Como gerar economia para a IES através da integração dos currículos presenciais e EaD?
Não há respostas prontas para estes questionamentos, pois dependerá do modelo implantado. A implantação de um modelo acadêmico que utiliza algumas disciplinas em EaD nos cursos de graduação presenciais pode ser organizado como um projeto, ou seja, um empreendimento com objetivos claros e com início e fim. Já a consolidação deste modelo e seu funcionamento regular deixa de ser um projeto e se torna uma operação permanente na IES.
A seguir algumas estratégias sobre o que pode gerar um melhor desempenho na implantação do projeto:
I. Investir no modelo de disciplinas EaD como uma oportunidade de aprendizagem diferenciada e inovadora, não utilizar o projeto como um caminho para economia.
II. Interagir os currículos dos diferentes cursos de graduação por meio de disciplinas institucionais ofertadas na modalidade EaD.
III. Selecionar profissionais com perfil adequado às atividades EaD.
IV. Contratar professores para atuar no EaD com bastante experiência para facilitar a criação de atividades envolventes.
V. Contratar tutores adequados às orientações e interações com os alunos.
VI. Orientar adequadamente os alunos.
VII. Investir em materiais de melhor qualidade para surpreender os docentes e discentes.
VIII. Avaliar periodicamente o projeto para promover melhorias.
Os modelos pedagógicos precisam inovar, utilizando da convergência dos diferentes recursos disponíveis para o presencial, semipresencial e EaD, com o foco no ensino de melhor qualidade e com sustentabilidade no longo prazo. A tendência é que as fronteiras entre educação presencial e a distância cada vez mais percam demarcações rígidas. Para alcançar este propósito é necessário em primeiro lugar o investimento na equipe docente, sendo necessário qualificação adequada para o EaD, modelo pedagógico e design educacional estimulante para docentes e discentes e currículo integrado entre as disciplinas EaD e as necessidades dos cursos presenciais. É necessário o equilíbrio da inovação acadêmica com a economia do projeto.
WILDENILSON SINHORINI
Consultor da Hoper Educação
EXPEDIENTE:
Revisão: Márcio Schünemann – Edição: Mariana Andrade – Diagramação: Laura Neves
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